A generalidade das atividades realizadas pelo homem requerem o uso de energia, sendo ela um fator primordial para satisfazer as necessidades mais básicas da sociedade.
O conceito de energia sustentável nunca esteve tão em evidência como nos dias de hoje. Dado que as principais fontes energéticas mundiais, os combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural, não durarão para sempre.
Esta temática é tão importante que a ONU apresenta-a como um dos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: “garantir o acesso a fontes de energia viáveis, sustentáveis e modernas para todos”. Logo, o desenvolvimento de energias sustentáveis, renováveis e limpas tem aumentado nos últimos anos, e, embora pareçam sinónimos, existem algumas diferenças entre elas.
É importante que conheçamos estes conceitos para entender que uma energia classificada como renovável ou limpa não é necessariamente uma energia sustentável.
Vamos aprender mais?
O que é energia sustentável?
Vamos começar com o conceito de energia sustentável, o qual está diretamente ligado ao desenvolvimento sustentável. Assim, energia sustentável é a energia capaz de suprir as necessidades da sociedade atual sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
Com a energia sustentável, é possível manter um equilíbrio entre produção e o consumo. Ela é gerada sem provocar grandes impactos no meio ambiente e consumida em quantidade e velocidade nas quais a natureza ou a ação humana sejam capazes de a repor. Como exemplos de energia sustentável estão a energia solar e a eólica, que podem ser consideradas sustentáveis desde que sejam desenvolvidas com planeamento, envolvendo uma visão integrada entre economia, meio ambiente e compreensão social.
A energia eólica pode ser considerada sustentável desde que seja desenvolvida com planeamento.
As centrais hidroelétricas, por exemplo, utilizam o potencial hidráulico de rios e da força da água para gerar energia. Porém, por mais que a água seja um recurso abundante que está constantemente a repor-se na natureza, estas centrais podem ter um grande impacto no meio ambiente, como por exemplo: mudando o curso de um rio, causando prejuízos à fauna, à flora e à vida humana, por isso, geralmente não é considerada sustentável.
Seguindo esta linha de pensamento, a lenha, que provavelmente é o produto energético mais antigo utilizado pelo homem, só será uma fonte de energia sustentável quando a madeira for cultivada para esse fim através de um planeamento florestal adequado e quando se verificar o controlo dos poluentes libertados durante a sua própria combustão.
O que é energia renovável?
A energia renovável é toda energia obtida a partir de recursos naturais que nunca se esgotam, dado que são repostos pela própria natureza. A chuva, o sol, o vento, o calor da terra, a biomassa e até mesmo as ondas e as marés são exemplos de fontes renováveis. Este tipo de energia agride minimamente o meio ambiente quando comparada com as fontes de energia convencionais.
A biomassa é considerada uma energia renovável, mas isso não quer dizer que seja uma energia limpa.
Há, no entanto, casos de energias renováveis que emitem algum grau de poluente que as impede de serem consideradas limpas.
Destaquemos, novamente, a energia hidroelétrica e a obtida a partir da lenha: elas são exemplos de energias renováveis já que utilizam recursos que são naturalmente reabastecidos, mas isso não significa que essas fontes de energia sejam limpas.
Os recursos renováveis também se podem esgotar
É preciso ter em mente que as fontes renováveis de energia podem tornar-se insustentáveis. Se um recurso for usado numa quantidade ou uma velocidade superior à sua capacidade de reposição, ele esgotar-se-á.
E aí está a diferença! Além de ser renovável, a energia sustentável precisa ser usada com cautela e consciência. É fundamental preservar o meio ambiente e adaptar-se ao desenvolvimento económico e social das comunidades.
O que é energia limpa?
A energia limpa é todo tipo de energia que liberta quantidades minúsculas ou praticamente zero de gases poluentes geradores do efeito estufa, como radiação, dióxido de carbono ou qualquer outro tipo de contaminante químico para a atmosfera do planeta. A energia solar e a energia eólica são os exemplos mais comuns. Isso não significa que elas não causem impactos ambientais, mas sim que esses impactos são bem menores e que, por meio de algumas medidas, podem ser amenizados.
A energia solar é uma energia limpa porque tem pouco impacto sobre o meio ambiente.
Outros tipos de energia que entram para o grupo das energias limpas são a geotérmica, a hidroelétrica e a biomassa. Todas elas são consideradas mais benéficas para o meio ambiente, mas isso não as torna automaticamente renováveis, ou seja, por mais que uma energia faça bem ao mundo, é possível que, um dia, o seu uso se torne impraticável.
Consumimos cada vez mais energia
Basta olhar para os dados para perceber o quanto a produção de energia cresceu durante os anos.
A economia global dependente de combustíveis fósseis e o aumento das emissões de gases poluentes estão a originar drásticas mudanças no clima, impactando diretamente todo o globo. Por isso, garantir o acesso universal à energia significa investir em fontes de energia limpa, como a energia solar, a eólica e a térmica. A criação de infraestruturas e a modernização da tecnologia permitirá, nos próximos vinte anos, o fornecimento de energia limpa a todos os países sendo este um objetivo crucial para que o crescimento económico colabore com o meio ambiente.
