Mitos e verdades acerca dos vulcões

Poucos eventos geológicos mexem tanto com nossa imaginação como um vulcão em erupção. É comum a aparição de vulcões em filmes, desenhos e documentários, e, muitas vezes, esquecemos que eles são reais: sejam ativos, sejam inativos.

A capacidade que esse fenómeno natural tem de expelir o magma terrestre e destruir cidades próximas proporciona teorias que nem sempre são reais. Pensando nisso, hoje vamos explicar o que ele é e contar alguns mitos e verdades sobre os vulcões.

O que é um vulcão? Visualmente, um vulcão assemelha-se a uma montanha, especialmente quando se encontra inativo. Contudo, são estruturas diferentes desde a sua formação até a sua composição.

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O vulcão é caracterizado como uma abertura na crosta terrestre (camada superficial da Terra) por onde são expelidos para a superfície materiais líquido-pastosos e incandescentes, que recebem o nome de magma. Da fenda de um vulcão, também podem ser emitidos materiais gasosos e poeira vindos do interior do planeta.

O magma expelido dos vulcões pode causar bastante destruição por onde passa, especialmente quando a área é habitada. Pois, além de ser um líquido-pastoso, ele está a elevadas temperaturas, entre 600 °C e 1.200 °C.

Os vulcões podem estar localizados nos continentes e também nos oceanos. A sua formação e a sua distribuição estão relacionadas à existência das placas tectónicas.

O estudo destas estruturas é bastante relevante para compreender os eventos ocorridos no interior da Terra.

Mitos e verdades acerca dos vulcões

1. A lava escorre sempre lentamente

Nem sempre. O intenso calor e a pressão do interior da Terra fazem com que alguns tipos de rocha derretam e formem o magma.

Este material subterrâneo produz gases que, quando exercem uma pressão maior do que a crosta terrestre pode suportar, causam uma erupção, e esse magma (lava) é expelido para fora do vulcão. Ele pode escorrer lentamente ou explodir agressivamente, mas isso depende da elevação da temperatura e da viscosidade do magma.  

2. Vulcões expelem fumo

Apesar de parecer, vulcões não expelem fumo. O que podemos ver no ar são minúsculos pedaços de lava e rocha que são quebrados e expelidos. Segundo vulcanólogos, os materiais expelidos, que podem até parecer fumo, podem destruir um telhado, sobrecarregar a rede de energia e danificar carros, por exemplo.

Erupção do Vulcão Krakatau. Foto: feygraphy / Shutterstock.com

3. A lava é o elemento mais perigoso do vulcão

A lava é uma grande preocupação durante as erupções vulcânicas. Mas geralmente o vulcão dá sinais e a lava escorre de modo que os moradores próximos tenham tempo para fugir, mas há exceções que dependem essencialmente da velocidade de escoamento.

Já os fluxos piroclásticos, que são compostos de gás quente, cinza e pedras, são mais perigosos, uma espécie de lama que se forma quando a água se mistura com cinzas vulcânicas gerando uma mistura pesada que se move tão rapidamente que as pessoas e bens podem correr perigo. Como se pode constatar pela erupção do vulcão em Las Palmas na Espanha.

4. Os vulcões são mais ativos hoje do que no passado

Quando os vulcões começam a ser notícia em todo o mundo, podemos ouvir notícias como: “O núcleo da Terra está em crise?”. Mas, apesar destes tumultos, a Terra não está geologicamente mais ativa.

A atividade geológica ao longo do tempo tem fluxo e refluxo, e algumas áreas têm mais erupções ou terremotos que outras. Segundo geólogos e vulcanólogos, de reconhecido valor, não há razão para pensar que essas manifestações tenham variado muito ao longo do tempo. 

Com a capacidade atual de monitorizar vulcões em locais remotos, graças aos satélites e à elevada velocidade da informação, uma erupção que poderia passar despercebida há 100 anos, nos dias de hoje rapidamente seria notícia. Conclusão, os vulcões atualmente não estão mais ativos, somos nós que temos acesso a mais informação.

Piton de la Fournaise, um dos vulcões mais ativos do mundo, visto do alto.
Foto: lechaudrondevulcain.com

5. Os vulcões contribuem significativamente para as mudanças climáticas 

Entre os gases produzidos pelos vulcões, está o dióxido de carbono. Circunstância esta que permite justificar quem nega que as mudanças climáticas são devido à ação humana.

Há, por exemplo, quem diga que os efeitos da eliminação de praticamente todos os automóveis do mundo seriam rapidamente compensados por um vulcão com erupção.

Teoria esta que se torna inviável quando recordamos que as taxas de atividade vulcânica não estão a aumentar. Logo, não há razão para concluirmos que maior quantidade de dióxido de carbono entre em contacto com a atmosfera proveniente das erupções vulcânicas atuais comparativamente com épocas passadas.

De acordo com pesquisa do vulcanólogo Terry Gerlach, a quantidade de dióxido de carbono produzida pelo homem a cada ano é mais de 100 vezes superior que a produzida pelos vulcões. Assim, anualmente, todos os vulcões do mundo produzem aproximadamente a mesma quantidade de dióxido de carbono que o estado de Ohio nos Estados Unidos.  Estes foram alguns mitos e verdades sobre os vulcões. Vale ainda citar alguns dos vulcões mais famosos do mundo: Vesúvio e Etna (Itália), Mount Rainier (Washington), Lassen Peak (Califórnia), Mount Kilauea (Havaí), Sakurajima (Japão) e Popocatépetl (México).