Muitos historiadores acreditam que o Ano-Novo foi o primeiro feriado a ser comemorado na antiguidade. Há registos de que esta festa acontecia na Babilónia desde 2.000 a.C.
A passagem de ano muda de acordo com o país e a cultura que está inserida. Em Portugal como no resto da Europa, celebramos o Ano-Novo no dia 1° de janeiro, na China, a festa acontece no início de fevereiro.
Para os judeus, no final de setembro; para os muçulmanos, a passagem do ano ocorre durante o mês de maio.
A noite em que comemoramos a passagem de ano é nomeada de “réveillon”, a palavra tem origem francesa e significa “despertar, acordar”, uma referência ao novo ano que se inicia.
Para perceber a origem desta festa, precisamos entender o calendário gregoriano. Vamos lá?
O que é e como surgiu o calendário gregoriano?
A palavra calendário vem do latim calendarium, que significa livro das calendas – esse livro era usado na Roma Antiga para contar os dias das festividades religiosas marcadas no início de cada mês lunar.
O calendário gregoriano, também conhecido como cristão ou ocidental, é o calendário solar que permite a contagem dos anos, dos meses, das semanas e dos dias na maioria dos países, incluindo Portugal, e que tem como base as estações do ano.
Surgiu com o objetivo de corrigir os erros do calendário anterior: o calendário juliano, que não contemplava o movimento de translação da Terra, ou seja, o tempo que a Terra demora a dar uma volta completa em torno do Sol. O novo calendário foi criado na Europa em 1582 por iniciativa do papa Gregório XIII, e daí o seu nome de gregoriano. Atualmente é o mais usado no mundo. O calendário gregoriano não é perfeito é, no entanto, mais preciso do que o seu antecessor.
Entre os seus defeitos podemos encontrar: a irregularidade da duração dos meses, que possuem entre 28 a 31 dias, a relação entre a data e o dia da semana e a mobilidade de datas cristãs, como a Páscoa.
Como funciona o calendário gregoriano?
O calendário gregoriano permitiu ajustar o calendário com os eventos astronómicos, são exemplos: o equinócio de primavera e o solstício de inverno. Vamos, pois, conhecer algumas curiosidades:
- É um calendário solar, baseado no movimento da Terra em torno do Sol.
- Possui 365 dias que são divididos em 12 meses, desses, 4 meses possuem 30 dias (abril, junho, setembro e novembro), e 7 meses possuem 31 dias (janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro).
- fevereiro varia entre 28 dias e 29 dias, fazendo com que o ano tenha 365 ou 366 dias.
- Esse dia a mais acontece nos anos bissextos, que são aqueles múltiplos de 4 e 400, mas que não são divisíveis por 100. Acontecem de quatro em quatro anos.
- O calendário possui 52 ou 53 semanas com 7 dias iniciados pela segunda-feira, segundo o padrão internacional.
Por que termina o ano no dia 31 de dezembro?
Para entender o motivo de o ano terminar a 31 de dezembro, precisamos voltar à história do calendário. Até o século VIII antes de Cristo, o ano possuía 10 meses lunares, iniciando sempre na primavera, que acontecia em meados de março.
Porém, o ritmo dos meses não se ajustava muito bem com as estações, o que prejudicava a dominante atividade em plantações e colheitas.
O segundo rei de Roma, Numa Pompilio, resolveu então fazer algumas alterações e acrescentou o 11º mês, ianuarius (janeiro), e o 12º, februarius (fevereiro). Do mesmo modo, o ano romano continuou a ter início na primavera até 153 a.C.
Todos os anos, naquela época, em Roma, os cônsules romanos eram nomeados anualmente pelo Senado em março. Mas, em 153 a.C., o Senado precisou antecipar a data das nomeações devido à Guerra. As nomeações passaram a verificar-se em janeiro.
Este novo esquema de calendário acabou por ser adotado, e, depois de muito estudo, alterou-se o calendário de Roma, que deu lugar, em 46 a.C., ao calendário juliano.
Mesmo com a mudança do calendário, boa parte dos povos continuou a comemorar a passagem de ano noutras datas – a preferida continuou a ser a 25 de março. Demorou algum tempo para que o dia 1° de janeiro fosse adotado na maior parte do mundo.
Foi só em 1350 que Pedro IV de Aragão definiu o dia do Natal, 25 de dezembro, como o ano novo oficial. No decorrer dos séculos XIV e XV, outros monarcas acabaram por adotar a mesma data.
Já no século XVI, o reino da Espanha, em consequência do êxito de sua expansão para a Europa, adotou o dia 1° de janeiro como a data do início do ano, e, com o passar do tempo, isso alastrou-se pelo ocidente.
Ou seja, a comemoração do Ano-Novo do dia 31 de dezembro para o 1° de janeiro é recente. Além disso, em grande parte do mundo, principalmente em regiões onde o cristianismo não prevalece, a comemoração do “réveillon” acontece noutras datas.
Há outros calendários, como por exemplo: o islâmico, o chinês e o maia.
P.S. – Neste mês de fevereiro irá assistir-se a uma data de grande simbolismo
22 – 02 – 2022
Até lá!