Qual a Química de um espelho?

Já reparou que os espelhos fazem parte do nosso dia-a-dia de uma forma natural?

Sempre estiveram e estão presentes, seja na nossa casa, no elevador, no carro, nos shoppings, nas lojas e noutros ambientes de trabalho. 

Estamos tão habituados a ver objetos e corpos refletidos no espelho que muitas vezes não nos perguntamos como é que aquela imagem é, realmente, refletida ali.

Mas nunca é tarde para buscar as respostas dessas e de outras perguntas.

Sabe como é feita uma superfície espelhada?

É isso que vamos descobrir. Boa leitura!

As três camadas de um espelho

Basicamente, os espelhos são produzidos a partir de um vidro plano que reflete completamente a luz que incide sobre eles.

Esses vidros devem apresentar um elevado grau de qualidade, com superfícies perfeitamente planas e paralelas, pois até mesmo pequenos defeitos podem deformar a imagem refletida. Para produzir um espelho, os fabricantes utilizam três camadas:

01. Vidro

A camada que nós vemos no espelho é o vidro. Ele dá solidez e protege a película metálica que está atrás, evita-se a distorção da luz refletida. Veremos mais sobre cada camada no decorrer do texto.

02. Metal

O metal é a principal camada de um espelho, a superfície metálica super polida reflete a luz e fica no meio do espelho.

03. Base

Atrás da camada de metal, vem a camada que chamamos de base. A função da base é para impedir que a luz absorvida se dissipe pelo metal. Podemos observar que ela é uma camada escura, geralmente pintada de tinta preta.

Encaixando as camadas: como é feito o espelho?

O espelho não foi uma descoberta por acaso. Para encaixar as três camadas que referidas anteriormente, a produção de espelhos passa por uma sequência de operações que incluem temperaturas elevadas, arrefecimento e acabamento. Vejamos:

Primeira Camada: o uso do vidro

O vidro é composto por 70% de areia, 14% de sódio, 14% de cálcio e 2% de outros componentes químicos. Todos estes componentes são misturados e levados para um forno industrial a uma temperatura de 1.500 °C. 

Após ser retirado – ainda quente – do forno industrial, o vidro fica com um aspeto de líquido viscoso, é esta a razão que permite moldá-lo tão facilmente. Após ser arrefecido e moldado, o vidro endurece assumindo a forma que conhecemos.

Por mais que o estado físico final do vidro pareça sólido, a sua estrutura molecular é de um líquido, sendo classificado por muitos cientistas como “sólido amorfo”, ou seja, sólido sem forma.

Segunda Camada: a química do espelho

O responsável por refletir as imagens é o metal, também é nele que ocorre o processo de oxidação que escurece o espelho. A superfície de metal, limpa e super polida, é constituída por prata e um produto químico que a faz aderir totalmente ao vidro.

Já teve ou viu alguma joia de prata que, depois de certo tempo, ficou escura? Esse é o mesmo processo que acontece com o espelho.

Quando a prata entra em contato com o ar, que possui pequenas quantidades de sulfureto de hidrogénio, produz o sulfureto de prata, que é preto. É essa substância que dá o aspeto escuro, ou envelhecido, que vemos nos espelhos antigos.

Terceira Camada: a base de proteção

Como vimos, a última camada do espelho (base) existe justamente para proteger a camada de prata, que é sensível ao ambiente, e para impedir que a luz absorvida pela parte de trás do espelho se espalhe para a camada refletora. 

A base de proteção é constituída de uma tinta preta que é pulverizada atrás da camada de prata. Quando as três camadas estão prontas, o espelho passa por uma estufa para que a tinta fique bem seca. Depois disso, está pronto para ser enviado às lojas.

O processo que conhecemos acima é referente aos espelhos comuns, utilizados nos móveis e nos ambientes internos em geral. 

Os espelhos utilizados em retrovisores de veículos, por exemplo, necessitam de maior proteção e são produzidos por meio da deposição de vapores metálicos sobre o vidro.  Os vidros semirrefletivos, utilizados nas fachadas dos edifícios, também possuem outros processos. Mas o princípio é sempre o mesmo: aplicação de metal na superfície em finíssimas camadas que permitam a obtenção de diversas cores e níveis de reflexão.